Após o recente episódio de violência no Recôncavo, o município de Jacobina, na Chapada Norte, também se viu envolvido em uma situação preocupante. Na última segunda-feira (28), indivíduos fortemente armados invadiram a cidade chapadeira, resultado de uma colaboração entre uma facção criminosa conhecida como Bonde do Maluco (BDM) e o Terceiro Comando Puro (TCP), a segunda maior organização carioca que vem expandindo suas operações na Bahia.

A comunidade local acordou assustada com a divulgação de vídeos alarmantes nas redes sociais, publicados pelos próprios criminosos. Nesses vídeos, os membros das facções anunciaram que as áreas de Jacobina III e IV, Vila Feliz, Bananeira, Grotinha e Caixa d’Água agora estão sob controle da facção.

A comunidade local acordou assustada com a divulgação de vídeos alarmantes nas redes sociais, publicados pelos próprios criminosos | FOTO: TAP em Jacobina |

Expansão perigosa
Há cerca de quatro meses os santamarenses do bairro do Bonfim acordaram com as paredes de suas casas, muros e estabelecimentos comerciais pichados com a sigla do Bonde do Maluco (BDM) sobre as iniciais do TPC. Segundo o universo das organizações criminosas, isso significa que a facção local, neste caso o BDM, a maior facção criminosa da Bahia, está “fechada”, que é o mesmo de “aliada”, com o TCP. A estratégia é diferente do método do arquirrival, o Comando Vermelho, que começou por Salvador em 2020, responsável por acirrar ainda mais a guerra do tráfico.

Vídeo mostra traficantes em localidade de Santo Amaro empunhando armas, próximo a pichações | FOTO: Reprodução |

Três chacinas em 14 dias
O que dizer de três chacinas em 14 dias na Bahia? De 14 a 28 de agosto foram 17 mortos – entre as vítimas estavam três crianças e um recém-nascido. Esses massacres aconteceram em Feira de Santana (quatro), Paripe (quatro) e Mata de São João (nove). Além do sofrimento das famílias e a sensação de impotência da sociedade, o que mais podemos entender desses atos de extrema violência?

Que esses homicídios múltiplos têm o foco no extermínio de pessoas periféricas no país. Tal fenômeno é um método expressado pela vingança, dominação e emprego do poder. E isso nos traz também uma reflexão: toda essa carnificina só reforça o cenário de caos que está mergulhada a segurança pública do estado. Jornal da Chapada com informações do Correio 24h.