Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) retirou nesta quinta-feira (17) as ações remanescentes da Eletrobras do
Programa Nacional de Desestatização.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União
e segue orientação de julho do Conselho do Programa de Parceria e Investimentos
que necessitava de aval de Lula.
Ela também ocorre na semana em que a empresa viveu
uma troca no seu comando, além da ocorrência de um apagão que afetou 25 estados
e o Distrito Federal. Petistas e aliados de Lula buscaram ligar o processo de
privatização ao problema no sistema de energia.
Além do programa que trata das privatizações, o
decreto também retira as ações remanescentes da Eletrobras do PPI (Programa de
Parceria de Investimentos da Presidência da República).
A privatização da Eletrobras se deu em julho do ano
passado, último ano da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). A
desestatização já foi criticada em vários momentos por Lula, desde o período
eleitoral, e também por sua equipe.
Petistas buscaram associar a privatização da
Eletrobras com o apagão que atingiu todas as regiões e só foi totalmente
restabelecido após seis horas. A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a
Janja, usou suas redes sociais para criticar a privatização da estatal .
"A eletrobras foi privatizada em 2022.
Era só esse o tuíte", escreveu a primeira-dama em suas redes sociais.
Assim como Janja, o líder do governo no Congresso,
senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), também culpou a venda do controle
da empresa.
"A conta da privatização irresponsável da
Eletrobras chegou: apagão em 25 estados e no DF. Em 2020, vivemos as
consequências criminosas da privatização no setor elétrico no Amapá - foram 22
dias de apagão, que afetou comércio, serviços, hospitais e escolas, gerando
prejuízos incalculáveis a toda a população", escreveu o senador.
"No Brasil, vimos hoje o infeliz resultado da
venda da Eletrobras a preço de banana no governo Bolsonaro, que comprometeu a
segurança energética do nosso país", completou.4
Na manhã de terça-feira (15), uma falha no sistema
nacional de energia afetou o fornecimento de luz em estados de todas as regiões
do país, interrompendo 18,9 mil MW de carga.
Boletim de operação do ONS (Operador Nacional do
Sistema Elétrico) diz que sete estados tiveram o fornecimento de energia
totalmente interrompido após a perturbação da rede.
Outros 18 foram afetados apenas parcialmente, a
maior parte deles de forma controlada, com o acionamento do sistema automático
de proteção do sistema elétrico, chamado Erac (esquema regional de alívio de
carga).
Um dia antes, na noite de segunda-feira (14), o
então presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, havia pedido renúncia,
segundo um comunicado da empresa ao mercado.