Imagem: Marco Bello/Reuters

A Polícia Federal pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a quebra do sigilo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi solicitada após a operação de hoje (11), que mirou um esquema de desvio e venda no exterior dos bens dados de presente à Presidência da República em missões oficiais — como os conjuntos de joias recebidos da Arábia Saudita.

 

A defesa de Bolsonaro informou ao UOL que vai se antecipar e abrir o sigilo. O pedido é pela quebra do sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro. Segundo apurou o UOL com fontes na PF, o objetivo é saber se o dinheiro da venda das joias chegou até o ex-presidente. 

 

A PF aponta que os recursos gerados com a venda dos bens eram repassados a Bolsonaro em dinheiro vivo. Outros indícios da participação do ex-presidente se deve ao fato de as joias serem levadas ao exterior durante viagens presidenciais em aviões da FAB.

 

“Os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, diz o trecho da manifestação da PF ao STF. 

 

A operação de hoje mirou o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, também alvo de buscas, o advogado Frederick Wassef e o assessor Osmar Crivelatti.

 

Um dos casos ocorreu em uma viagem para os Estado Unidos em junho de 2022. Na ocasião, Mauro Cid se separou da comitiva presidencial e vendeu dois relógios de luxo por 68 mil dólares. Os valores foram depositados na conta de seu pai no exterior, o general Cid.

 

Nova tentativa de vender joias nos EUA após a derrota para Lula. Em outra viagem, realizada em 30 de dezembro de 2022, quando Bolsonaro deixou o país pouco após ter perdido as eleições, também foram transportadas joias posteriormente colocadas à venda nos Estados Unidos.