Com a queda acumulada nas últimas semanas, o preço da gasolina brasileira avançou no ranking dos mais baratos do mundo, mas ainda está longe de alcançar o topo da lista, como afirmou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (19).
 

Segundo o site Global Petrol Prices, o Brasil ocupava na segunda-feira (18) a 44ª posição em um ranking de 169 países, com a gasolina sendo vendida, em média, a US$ 1,12. Na semana anterior, a lista do site trazia o país em 47º lugar.
 

O avanço é resultado dos cortes de impostos federais e estaduais no fim de julho, que já provocaram uma queda acumulada de 17,8% no preço médio de venda do combustível, de acordo com a pesquisa semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
 

A tendência é que o ciclo de queda se mantenha, principalmente após a redução do preço cobrado pela Petrobras em suas refinarias, que começou a vigorar nesta quarta (20). Com corte de 4,9% no preço de refinaria, a estatal estima impacto de R$ 0,15 por litro na bomba.
 

"Brevemente o Brasil terá uma das 'gasolina' mais barata do mundo", comemorou o presidente da República em uma rede social.
 

Para figurar entre as 20 mais baratas do mundo, porém, o valor da gasolina brasileira tem que cair à metade, alcançando os US$ 0,62 da Arábia Saudita, a 20ª colocada no ranking da Global Petrol Prices.
 

Se o repasse de R$ 0,15 por litro esperado pela Petrobras chegar integralmente às bombas, por exemplo, o Brasil pode ganhar duas ou três posições, dependendo do comportamento da taxa de câmbio nos próximos dias.
 

Embora a gasolina seja uma commodity internacional, seu preço final tem grande variação de preços no mundo, de acordo com fatores com carga tributária e políticas de preços dos variados países.
 

O ranking da Global Petrol Prices sofre grande influência também da taxa de câmbio, já que converte os valores em moeda local para o dólar. Com moeda desvalorizada e subsídios ao produto, a Venezuela aparece liderando a lista, com gasolina a US$ 0,02 por litro.
 

O topo do ranking é formado, em sua maioria, por países grandes produtores de petróleo, que tendem também a cobrar poucos impostos sobre o combustível.
 

Já países europeus, por outro lado, tendem a ter elevada carga tributária e figuram do meio para o fim da lista. Entre os países membros da União Europeia, Malta tem a gasolina mais barata, com preço médio de US$ 1,37 por litro.
 

Embora os cortes de impostos tenham potencial de garantir impacto positivo na inflação e alívio ao bolso do consumidor nos próximos meses, os efeitos serão limitados no médio prazo, já que só têm validade até dezembro.
 

A lei aprovada pelo Congresso prevê o retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre a gasolina em janeiro de 2023. Até a aprovação da lei, os dois impostos custavam ao consumidor R$ 0,69 por litro.
 

Há incertezas ainda sobre como ficará a cobrança do ICMS, já que estados questionam no STF (Supremo Tribunal Federal) lei que alterou o modelo de cobrança do imposto, criando uma alíquota única em reais por litro.
 

No ranking do preço do diesel, o Brasil ocupa a 80ª posição, com o preço médio de US$ 1,38 por litro. O governo vem tendo dificuldades para baratear o produto, que já tinha impostos federais zerados e alíquotas de ICMS abaixo do teto na maior parte dos estados.


Foto: Priscila Melo/Bahia Notícias