Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 30 de junho de 2022

A marca dos R$ 8 já foi superada e a Bahia segue amargando o título de uma das gasolinas mais cara do Brasil. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), responsável pelo monitoramento dos valores de combustíveis, o estado tem 9 cidades entre as vinte do país na qual o consumidor paga mais caro na hora de abastecer.

Teixeira de Freitas, no extremo-sul, tem a gasolina com o maior preço na Bahia e segunda maior do Brasil, chegando a registar o valor de R$ 8,59.  “As pessoas acabam tendo que mudar completamente sua rotina. O aumento dos combustíveis acabam refletindo em diversos outros campos. A pessoa acaba tendo que avaliar onde gastar o dinheiro. Muitas vezes tem o carro e precisa deixar em casa, porque vai gastar o dinheiro pra pagar contas de água, luz, comprar comida”, analisa o consultor financeiro Raphael Carneiro.

Carneiro também explica que o combustível faz parte da cadeia de transporte, impactando muitos outros produtos. “Se o custo aumenta para o caminhoneiro ele
repassa, o mercado repassa. E atinge o consumidor. Quando a gente fala disso a gente só pensa em empresas, mas reflete inclusive no mercadinho do bairro. Ele também precisa mudar seu preço pra poder vender. E quando atinge o consumidor, a única maneira que tem de amenizar esse impacto é mudar os hábitos de consumo”, pondera.

OUTRO LADO

Na Bahia, desde que a refinaria de Mataripe foi privatizada, o preço dos combustíveis é determinado pela Acelen, empresa que adquiriu e gere o processo de refino. O aumento mais recente imposto pela empresa foi no final de março, e fez subir o preço da gasolina em R$ 0,15.  A política praticada em território baiano é alvo de investigação pelo Conselho Administrativo de Defesa da Economia (Cade).

Confira o ranking das gasolinas mais caras do país: