Único representante baiano, o Doce Mel/Jequié estreia neste domingo no Brasileirão Feminino Série A3. A equipe enfrentará o Estanciano, de Sergipe, em jogos de ida e volta, pela primeira fase da competição. Novidade no calendário, o torneio definirá quatro times para acessar a Série A2 por meio de mata-mata. 

 

“Vai ser uma partida difícil, vamos enfrentar o campeão sergipano. Apesar de algumas atletas termos revelado para outros times a nível nacional, mantivemos alguma parte, trouxemos reforços, atletas jovens, para fazer uma boa estreia. É um campeonato que não permite muitos erros”, avaliou Tinho, técnico da equipe, em entrevista ao Bahia Notícias. 

 

Formado a partir de uma parceria entre o Doce Mel e o Jequié, o time de futebol feminino tem atuação mais forte no futsal e no Fut7. Em 2021, contudo, foi vice-campeão baiano, perdendo para o Bahia na decisão. 

 

Na opinião de Tinho, o Brasileirão é um passo grande para o Doce Mel, e deve ser uma caminhada difícil. “Acho que tem um equilíbrio muito grande, temos várias equipes fortes. Sabemos que vamos encontrar dificuldades”, afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias. 

 

Para conquistar o acesso, o Doce Mel/Jequié terá o reforço da zagueira Tânia Maranhão, de 47 anos. Medalha de prata com a Seleção Brasileira feminina nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e Pequim (2008), a atleta será a capitã da equipe baiana. 

 

“Vim mais para reforçar a equipe. Recebi vários convites, mas como eu gosto de desafio, disse: Tinho, eu topo. Me surpreendi muito com a equipe do Doce Mel. Bem qualificada, muitas jogadoras de alto nível. Estamos sempre aprendendo, com a troca, a conversa, é bom escutar. Isso é importante”, destacou ao BN.

 

Tânia Maranhão conquistou duas medalhas de prata com a Seleção Brasileira | Foto: Reprodução / Twitter

 

Tânia acredita que o sistema de mata-mata torna a missão de subir para a Série A2 mais complicada. “Cada jogo é uma final, temos que levar a sério. É jogo de seriedade, o que pudermos fazer para vencer, faremos”, opinou. Caso avance de fase, o Doce Mel/Jequié enfrentará o vencedor do duelo entre Náutico e Sport. 

 

Para o Brasileirão, o time que foi vice-campeão baiano perdeu algumas peças. “Perdemos a atacante Sol, a atacante Ju, nossa dupla. Nossa volante, que foi destaque, fraturou a perna em uma competição de futsal. Conseguimos trazer Tânia Maranhão, ex-Seleção Olímpica, e temos jovens talentos na região de Jequié”, pontuou. 

 

VALORIZAÇÃO 

O Brasileirão Série A3 fará sua estreia em 2022 e, para Tinho e Tânia, representa um avanço enorme na valorização da modalidade. Esta será, inclusive, a primeira vez que a cidade de Jequié receberá uma partida de futebol nacional. 

 

“Estamos conseguindo dar um salto gigante. No passado ficamos muito aquém do ideal. Nesses últimos anos, conseguimos avançar bastante com três divisões. É importante ter competições na categoria de base, ter as partidas transmitidas. É um avanço enorme”, destacou o técnico. 

 

“Para mim é uma satisfação muito grande. Estou no futebol há tanto tempo, e é gratificante. Quero cada vez mais que o futebol feminino tenha divisões. Série A3, Série A4, se puder. Não tem preço”, complementou Tânia. 

 

O primeiro jogo entre Doce Mel/Jequié e Estanciano acontece neste domingo (12), às 15h, no estádio Augusto Franco, em Estância. A volta será no dia 18 de junho, no mesmo horário, no Waldomiro Borges, em Jequié.