A ex-patroa de Madalena Santiago da Silva, doméstica que foi resgatada após 54 anos em condições análogas à escravidão, afirmou para ao Ministério Público do Trabalho que não pagava o salário da mulher porque a considerava como uma irmã.
Segundo a auditora fiscal do trabalho Liane Durão, a ex-patroa, identificada como Sônia Seixas Leal, deu essa justificativa ao Ministério do Trabalho no final de março de 2022. Madalena foi resgata em 2021, mas sua história repercutiu no último mês de abril, após afirmar, em uma entrevista à TV Bahia, que teria medo de tocar em mãos de pessoas brancas.
Madalena trabalhou 54 anos para a família de Sônia, durante esse período a doméstica sofreu maus-tratos e acumulou dívidas de empréstimos feitos pelos patrões em seu nome. Na última sexta-feira (29), a Justiça autorizou o bloqueio de bens no valor de R$ 1 milhão para garantia das verbas rescisórias e dos danos morais pagos a Madalena.