Na manhã desta terça-feira (26), uma operação da Polícia Federal reacendeu as discussões sobre a compra de respiradores pelo governo da Bahia. Após o cumprimento de mandado de busca e apreensão em prédio de luxo no Corredor da Vitória, em Salvador, a Procuradoria Geral do Estado divulgou nota detalhando sua atuação na investigação do caso.
A PGE afirma acompanhar a situação quanto à compra dos equipamentos junto à empresa Hempcare pelo Consórcio Nordeste — à época presidido pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT). Os equipamentos adquiridos foram pagos antecipadamente, mas os respiradores nunca foram entregues.
“Logo após a recusa da empresa em fornecer os bens contratados ou devolver o valor pago, foi dada a notícia crime, permitindo a imediata instauração de investigação policial, que resultou na prisão preventiva dos envolvidos, no que ficou conhecida por Operação Ragnarok. Também se ingressou com ação ordinária cível para lograr bloqueio dos bens localizados em nome da empresa e de seus representantes e, após, obter a devolução do valor pago. As providências tomadas contra os indiciados fizeram com que seus advogados de defesa buscassem a formalização de um acordo para a devolução do pagamento feito pelos equipamentos que não foram entregues”, diz a nota.
Os indiciados foram liberados antes que as negociações avançassem, quando o Ministério Público Federal (MPF) assumiu a apuração do caso, que foi enviado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo a PGE, o governo da Bahia também instaurou sindicância para apuração dos fatos, com identificação dos responsáveis. O resultado da sindicância foi encaminhado ao Ministério Público do Estado (MPE).
Em entrevista nesta terça-feira, após a operação da PF ser deflagrada, Rui disse que está "ansioso" para que a investigação seja "finalizada". O chefe do Palácio de Ondina declarou ainda que quer todos os "culpados" no "xilindró".
"Não tem nenhum ser humano mais ansioso para que essa operação seja finalizada. Já se vão quase dois anos disso. Eu continuo indignado de saber que essas pessoas estavam presas, tinham assinado documento dizendo que iam devolver o dinheiro, e o Ministério Público da Bahia pediu para soltar essas pessoas e o juiz concordou. A gente quer conclusão disso, e que o culpado vá para o xilindró e responda pelo mal feito e que povo possa ter o dinheiro de volta", disse.