O Conselho Municipal de Saúde e a Prefeitura de Itaberaba, através da Secretaria de Saúde do município, realizaram nesta quarta-feira (20) no Centro Comunitário Zumbi dos Palmares a 8ª Conferência Municipal da Saúde e a 2ª Conferência Municipal de Saúde Mental. Este foi o primeiro grande evento presencial realizado desde o início do isolamento social com o propósito discutir o impacto da pandemia no Sistema Único de Saúde (SUS), refletir sobre a superação dos desafios e planejar as ações para os próximos anos no município.
O tema de destaque das conferências foi apresentado pela psicóloga, sanitarista e Especialista em Terapia Cognitiva, Tatiana Freitas, que ministrou a palestra intitulada “O Impacto da Pandemia no SUS: superando os desafios, planejando o futuro”. Centenas de pessoas incluindo profissionais da área, conselheiros, representantes de entidades civis e do poder público avaliaram os dois últimos anos de serviço público de saúde no município, principalmente o enfrentamento à pandemia da Covid-19, discutiram o atual cenário e elaboraram propostas para o Plano Municipal de Saúde.
As atividades tiveram início às 10h com a mesa de abertura composta pelo Prefeito Ricardo Mascarenhas, o secretário de saúde do município João Rodrigues, presidente do Conselho Municipal de Saúde, Roosevelt de Abreu, a articuladora da Rede de Atenção Materno e Infantil, Lana Moraes, o Coordenador Centro de Apoio Psicossocial (Caps), Harles Santos e o vereador e Vice-presidente da Câmara Municipal de Itaberaba Vitor da Itafarma. A abertura do evento teve ainda apresentação musical de Saulo Queiroz.
Para o secretário João Rodrigues a pandemia foi um período crítico que, apesar das perdas e de muita dor, trouxe aprendizado porque exigiu dos profissionais de saúde não só o esforço maior para preservar vidas, mas também sobre a importância do SUS para toda a sociedade, já que todos dependeram do serviço público para vencer a pandemia, seja através da vacinação, da orientação, ou através de ação ampla de assistência.
Em Itaberaba o serviço público de saúde precisou passar por mudanças para que o atendimento e o tratamento contra a Covid-19 fosse garantido. O município reordenou o fluxo de atendimento de emergência, adquiriu diversos equipamentos que hoje estão à disposição da comunidade, à exemplo da UTI móvel e aparelho de ventiladores pulmonares, e outros aparelhos que qualificam os serviços de atendimento de urgência e emergência.
“Como profissional da saúde eu vejo a necessidade de constante atualização para se adequar às novidades e a necessidade de reorganização de toda rede de saúde. Por isso é importante aproveitarmos a 8ª Conferência Municipal de Saúde e a 2ª Conferência Municipal de Saúde Mental para ouvirmos os profissionais, as entidades, as pessoas em geral. É o momento de construirmos novas ideias por meio de um Plano Municipal de Saúde e transformá-las em políticas públicas de saúde e assistência à comunidade”, disse o secretário.
Depois de passarmos pelos piores momentos da pandemia e constatar a diminuição dos casos de contaminação e morte a Secretaria de Saúde tem a necessidade de avaliar algumas ações, qualificar os serviços e continuar avançando na assistência, a exemplo de cirurgias eletivas e consultas de especialidades que foram suspensas por causa de aglomerações.
A Saúde Mental e o Caps
Um dos serviços que teve maior interferência nos últimos anos foi o de saúde mental, por conta da insegurança, da perda de entes queridos, do isolamento, da mudança de rotina, da necessidade e obrigatoriedade do uso de máscara, da impossibilidade de realizar eventos sociais e da aglomeração de pessoas. Tudo isso deixaram marcas que precisam ser superadas
Muitas pessoas conseguiram se adaptar bem às mudanças provocadas pelo isolamento social e tocar a vida com menos dificuldades. Entretanto, muitas outras somatizam e isso trouxe problemas de ordem psicológica. Itaberaba, por exemplo, precisou dobrar de três para seis a quantidade de profissionais atendendo no ambulatório para poder acompanhar o aumento da demanda, e, segundo o Secretário da Saúde, esse número ainda não é o suficiente. “Nós temos uma equipe de profissionais no Ambulatório Psicossocial, mas é preciso agora ampliarmos essa oferta de serviço através dos ambulatórios. A porta de entrada será a unidade Básica de Saúde para um primeiro atendimento nos postos de saúde, e nos casos mais complexos o ambulatório irá acolher e tratar esses pacientes”.
Outros cinco temas ligados à da saúde foram colocados em pauta durante as duas conferências que além dos debates teve também votação das propostas, eleição dos delegados, leitura e aprovação do relatório final.
Confira os cinco eixos apresentados nas conferências:
Eixo 1 – Saúde Mental com direito: garantia dos serviços de Atenção Psicossocial no SUS – Expositora: Samara Lima;
Eixo 2 – Impactos da Saúde Mental da população e os desafios para o cuidado psicossocial durante a pós-pandemia – Expositora: Karine Soares Carvalho;
Eixo 3 – Fortalecendo o Controle Social na formulação e avaliação efetiva das políticas de saúde – Expositora: Alcione Santos;
Eixos 4 – Aprimorar a rede de Atenção à Saúde em todos os níveis e nos diversos ciclos de vida – Expositora: Elânia Moraes;
Eixos 5 O desafio do Financiamento do SUS na manutenção e ampliação dos serviços de saúde – Expositora: Tatiana Freitas.