As Forças Armadas aprovaram pregões para comprar 35.320 comprimidos de Viagra, remédio usado tipicamente para tratar disfunção erétil. Desde 2020, foram oito processos de compra aprovados.
Os dados são do portal da Transparência e do painel de preços do governo. O deputado Elias Vaz (PSB-GO) foi quem os compilou.
Nos processos de compra, o medicamento aparece com o nome genérico Sildenafila. A maior parte deles é destinado à Marinha, com mais de 28 mil comprimidos; o Exército aparece com 5 mil comprimidos e a Aeronáutica com 2 mil.
O deputado Vaz pediu esclarecimentos ao Ministério da Defesa para entender o intuito da aquisição, porém não obteve resposta.
Em nota a Marinha respondeu que os processos de aquisição são para o tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar, "doença grave e progressiva que pode levar à morte".
Os processos licitatórios realizados pela Marinha do Brasil para aquisição de sildenafila de 25 e 50mg visam o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar. Pode ocorrer associada a uma variedade de condições clínicas subjacentes ou a uma doença que afete exclusivamente a circulação pulmonar. Trata-se de doença grave e progressiva que pode levar à morte. A associação de fármacos para a HAP vem sendo pesquisada desde a década de 90, estando ratificado, conforme as últimas diretrizes mundiais (2019), o uso da sildenafila, bem como da tadalafila, com resultados de melhora clínica e funcional do paciente.