O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou pela primeira vez a respeito das denúncias de que pastores sem cargo público negociaram transferências de recursos no MEC (Ministério da Educação). Ele defendeu nesta quinta-feira (24) o ministro da pasta, Milton Ribeiro, e disse que "bota a cara no fogo" pelo auxiliar.

"O Milton, coisa rara de eu falar aqui: eu boto minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia contra ele", disse Bolsonaro, durante sua live semanal.

Durante a transmissão, Bolsonaro disse que Ribeiro oficiou a CGU (Controladoria-Geral da União), ainda no ano passado, sobre denúncias de supostas irregularidades no MEC. O caso, ainda de acordo com Bolsonaro, passou para a alçada da Polícia Federal por não envolver servidores públicos.

Na terça (22), o jornal Folha de São Paulo revelou uma conversa gravada em que Milton Ribeiro afirma que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores que não têm cargo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC.

O ministro diz no áudio que isso atende uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro.

"Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar", diz o ministro na conversa em que participaram prefeitos e os dois religiosos.