A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia comentou o posicionamento da instituição, de que o Carnaval de Salvador só seria recomendado quando 90% dos baianos estivessem imunizados com a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Um documento com o posicionamento da fundação foi lido na última terça-feira (23), durante uma audiência pública para discutir a realização do Carnaval de Salvador em 2022 (lembre aqui).
"Esclarecemos que a seleção de trechos específicos do ofício encaminhado à Comissão de Retomada de Eventos da Câmara Municipal de Salvador, no dia 22 de novembro de 2021, está levando a uma interpretação errônea de que a Fiocruz Bahia avaliou a realização do Carnaval de Salvador, que reúne milhões de pessoas, se 90% da população da capital baiana estiver vacinada", diz a Fiocruz, sinalizando que houve recorte no posicionamento.
A Fiocruz afirma que, no documento, o observatório Covid-19 da fundação diz que, a partir da avaliação de especialistas em epidemiologia da instituição, que têm acompanhado a evolução da pandemia desde março de 2020, “tudo dependerá do cenário no período que antecede o carnaval, a partir de janeiro”. Isso, por causa das consequências das comemorações de final de ano e das férias escolares. A fundação aponta que essa ressalva aponta o grau de incerteza do momento atual. "O que impediria afirmativas categóricas sobre o planejamento de um evento de grandes dimensões, com aglomeração inevitável de milhões de pessoas".
Para a Fiocruz, a recomendação de avanço da vacinação a pelo menos 90% seria o fator necessário para que fosse iniciada qualquer discussão sobre o assunto. Ou seja, a partir dessa margem, seria necessário avaliar outros fatores citados no documento, como o controle da entrada de não vacinados e a testagem, já que o evento atrai público de outras regiões do Brasil e de outros países.
"A Fiocruz, como instituição paradigmática no âmbito da saúde, com amplo reconhecimento nacional e internacional, sempre atuou em favor da vida, da saúde dos indivíduos e coletiva. Nossa atuação durante a pandemia da Covid-19 demonstra nosso compromisso centenário com a saúde dos brasileiros. Desta forma, é equivocado informar que a Fiocruz Bahia se posicionou a favor da realização do Carnaval de Salvador, uma vez que as recomendações colocadas no referido ofício não estão sequer contempladas para que fosse iniciada a discussão", diz a Fiocruz, em nota.