CAMPOS - O menino Mickael de Jesus de Oliveira, de apenas 2 anos, morreu, nesta quarta-feira (17), após tomar quatro vacinas em um único dia em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Segundo os pais da criança, que era portadora de síndrome de Down, ele também tinha cardiopatia e foi vacinado na Cidade da Criança na terça-feira (16).

A família disse que Mickael precisava ser vacinado com imunizantes básicos, mas algumas doses estavam atrasadas devido uma internação pós-cirúrgica há cerca de um ano e à pandemia da Covid-19. O garoto foi levado até a APIC - Proteção à Infância e à Adolescência, onde funcionários o encaminharam para receber as vacinas na Cidade da Criança.

Chegando ao local, a mãe de Mickael relatou que, além da síndrome de down, o filho também tinha problemas cardiológicos e havia passado por uma cirurgia quando tinha apenas quatro meses de vida. De acordo com os familiares, a profissional da saúde disse que não tinha nenhum problema e aplicou as quatro vacinas: Pentavalente, VIP, VOP e Tríplice Viral. Em seguida, mãe e filho foram para casa.

Pouco tempo depois, o menino começou a apresentar sintomas e a mãe retornou à Cidade da Criança, onde foi constatado um suposto quadro convulsivo e o Corpo de Bombeiros foi acionado. Mickael foi encaminhado para o Hospital Ferreira Machado, onde permaneceu internado e foi a óbito na manhã de quarta-feira (17).

A família, moradora da Vila Manhães, na Penha, alega negligência e irresponsabilidade dos servidores da Cidade da Criança e disseram que vão procurar a polícia e entrar com um processo na Justiça contra a profissional que aplicou as injeções no garoto.

Na certidão de óbito do menino, a causa da morte foi relatada como bloqueio atrioventricular, cardiopatia congênita e crise convulsiva. O corpo de Mickael foi sepultado na Baixada Campista, na manhã desta quinta-feira (18). Por meio de nota, a prefeitura de Campos informou que "a Secretaria de Saúde manifesta pesar e solidariedade aos familiares nesse momento de dor".
O órgão esclareceu que não há contraindicação para a atualização da caderneta de vacina, ou correlação com o quadro pré-existente de cardiopatia, para a administração de duas ou mais vacinas, sendo prática admitida no mesmo dia conforme orientação do Ministério da Saúde. A Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde está acompanhando o caso e apurando a fatalidade, seguindo todos os parâmetros técnicos e científicos recomendados.