Pedaços de pele de tilápia estão sendo utilizados em uma técnica cirúrgica inovadora que corrige a fusão de dedos de crianças portadoras da chamada síndrome de Apert, que acomete um a cada 70 mil nascidos no mundo.

 

O método está sendo testado a partir de uma parceria entre a Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Hospital Sobrapar, de Campinas, no interior de São Paulo.

 

De acordo com o portal Uol, não há números de incidência da síndrome de Apert no Brasil porque a notificação da doença não é compulsória. A doença é genética e caracterizada pela má formação na face, crânio, mãos e pés. Os ossos do crânio fecham-se precocemente, não deixando espaço para que o cérebro se desenvolva, causando uma pressão excessiva sobre ele. Além disso, os ossos das mãos e dos pés são colados.

 

A reportagem, com informações da Agência Fapesp, sinaliza que os pedaços de pele de tilápia foram utilizados nos procedimentos a fim de melhorar o processo de reconstituição dos dedos e otimizar a recuperação dos pacientes. As primeiras cirurgias ocorreram em setembro deste ano.

 

O cirurgião plástico Edmar Maciel, presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), de Fortaleza, e coordenador-geral da pesquisa afirma que houve redução no tempo da cirurgia, menor morbidade do tecido enxertado e melhor pega (ou aderência) do enxerto de pele humana na região em que os dedos são separados.

 

O uso do biomaterial também diminuiu em 50% o número de curativos, causou alívio nas dores do pós-operatório e baixou os custos do tratamento, traz a matéria.

 

Maciel é coautor de quatro pedidos de patente relacionados ao preparo de peles de tilápia para uso médico, entre eles o tratamento de queimaduras e ferimentos e procedimentos cirúrgicos ginecológicos.