A busca por transplante de fígado para pacientes com hepatite alcoólica aumentou significativamente durante a pandemia da Covid-19. O número ultrapassou as expectativas em 59% na lista de espera e 62% nas doações vindas de falecidos.
 

As informações, publicadas na revista científica JAMA, foram organizadas por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Eles utilizaram dados da plataforma United Network for Organ Sharing para analisar a quantidade de pessoas com mais de 18 anos que estavam na lista de espera ou buscavam transplante de fígado nos EUA.

 

Foram avaliados 51.488 novos registros em lista de espera e 32.320 doações de 1º de janeiro de 2016 a 31 de janeiro de 2021. Em comparação com as tendências antes da pandemia, houve uma redução geral na procura por transplante de fígado apenas de março a maio de 2020. Nos demais meses, de junho de 2020 a janeiro de 2021, os valores superaram a previsão de crescimento.

 

Além disso, os pesquisadores indicam que houve uma correlação entre a alta nas vendas de álcool no varejo e o aumento de casos envolvendo o transplante de fígado para pessoas com hepatite alcoólica. “Embora não possamos confirmar a causalidade, esse aumento desproporcional em associação com o aumento das vendas de álcool pode indicar uma relação com aumentos conhecidos no uso indevido de álcool durante a Covid-19“, indica o estudo.

 

Segundo os cientistas, o aumento da lista de espera durante a Covid-19 representa uma pequena fração porque menos de 6% dos pacientes com problemas no fígado por abuso de álcool são listados para transplante.