O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou nesta terça-feira (2) sobre alta no número de jornalistas mortos em todo o mundo enquanto exerciam seu trabalho. Somente no ano passado, 62 profissionais foram vitimados. 

 

Em mensagem sobre a data, em que é celebrado o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, Guterres ressaltou que muitos perderam a vida em conflitos. Mas, nos últimos anos, subiu o número de casos fatais durante investigações de corrupção, tráfico e de outras violações dos direitos humanos.

 

Nove em cada dez dessas mortes ficaram impunes, declarou o secretário-geral. Sequestros, tortura, detenção e assédio são algumas das ameaças sofridas por profissionais do ramo. Para ele, a pandemia e a sombra da desinformação demonstraram que o acesso à informação pode ser uma questão de vida ou morte. 

 

As ameaças à imprensa são tidas para a ONU como "uma mensagem perturbadora que mina a democracia e o Estado de direito". António Guterres convocou os Estados-membros da organização a solidarizarem-se com os jornalistas e a investigarem e julgarem os crimes contra eles com toda a força da lei

 

Segundo as Nações Unidas, entre 2006 e 2020, mais de 1,2 mil jornalistas foram mortos em todo o mundo segundo o observatório especializado a acompanhar casos de profissionais do setor que foram assassinados. 

 

Para a Unesco, esse ciclo de violência contra jornalistas é frequentemente um indicador do enfraquecimento do Estado de direito e do sistema judicial.