Os familiares do médico pediatra Júlio César de Queiroz Teixeira, de 44 anos, assassinado a tiros em uma clínica no município de Barra, na Bahia, em setembro deste ano (reveja), questionou a motivação criminal apresentada pela Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (25). De acordo com a investigação, “uma criação mental" de Diego Santos Silva, de 31 anos, associado ao desfecho trágico (reveja). 

 

Conforme o coordenador da 14ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), Eernandes Júnior, o acusado teria encomendado o assassinato do pediatra por achar que o médico teria assediado a esposa do suspeito, o que a polícia descartou por completo. 

 

Por meio de nota, familiares refutam a ideia, contestando a possibilidade “de alguém imaginar assédio num local em que estivesse um médico atarefado, a esposa do médico, a assistente do médico, uma mãe, uma criança e um pai, este, sim, envolvido em crimes, inclusive homicídios na região, segundo a polícia”. 

 

Para eles, “concluir inquérito policial já dando como certa essa motivação, sem qualquer confissão do próprio, é medida temerária e precipitada, merecendo um maior aprofundamento dos fatos”.

 

Durante a coletiva, o coordenador da 14ª Coorpin afirmou: "A motivação foi comprovada depois que o filho dele [Cigano] e a esposa estiveram na clínica e na última consulta em que ele [Cigano] acompanhou. O Cigano imaginou que o médico teria olhado para os seios de sua esposa. Uma criação mental que não foi comprovada". 

 

De acordo com o delegado de Barra, Jenivaldo Rodrigues, que também participou da coletiva, Diego Cigano tem histórico de agressão a companheiras, e mesmo com ex-esposas, uma vez que não admitia que elas tivessem outros relacionamentos e usava "olheiros" para acompanhar a vida das mulheres.

 

Para a família, “o motivo desse bárbaro crime, que abalou não só à população da Bahia, mas todo o Brasil, necessita de uma melhor análise, com provas mais robustas, ainda mais quando há a grande possibilidade de haver terceiros envolvidos”.