A possibilidade de uma greve nacional é o único caminho diante dos sucessivos reajustes no preço do diesel, afirmou ao Metro1 Luciano Oliva, diretor do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado da Bahia (Sindicam-BA). O mais recente reajuste, de quase 9%, começou a vigorar nesta quarta-feira (29).

""Está afetando o bolso de todo mundo, independente de que área seja. Além de caminhoneiro, por exemplo, eu sou cidadão como todo mundo. Tem o colégio de menino, o botijão de gás de mais de R$ 100. Eu acredito que o caminho é esse [o da greve]”, diz Oliva.

O sindicalista confirmou à reportagem que uma eventual paralisação poderá ser decidida no dia 16 de outubro, quando ocorrerá a próxima reunião das lideranças da categoria, no Rio de Janeiro. 

Segundo Oliva, embora a alta nos combustíveis afete duramente os caminhoneiros, a população em geral precisa se engajar "nessa luta". “A conjuntura atual está tomando uma proporção muito grande. Nós, lideranças, estamos aguardando a manifestação da categoria. Mas é um julgo muito grande para botar somente em cima do caminhoneiro. É uma conjuntura que não vem prejudicando apenas o caminhoneiro, mas da sociedade, dos pequenos empresários, frotistas”, disse.

Sem criticar diretamente o governo Bolsonaro, Oliva demonstra  descrença com a política. "Tira esses caranguejos, mas a lama continua", disse.

"Os grandes não estão nem aí. A sociedade é quem paga o preço alto: desemprego, fome, e os caras lá, charlando, comendo do bom e do melhor", lamentou o sindicalista.

Além de representar caminhoneiros que atuam em diversas cidades do interior, dentre as quais Barreiras, a entidade dirigida por Oliva engloba ao menos 2 mil profissionais autônomos que atuam no Porto de Salvador. Ali, são responsáveis por escoar 75% das cargas movimentadas pelo terminal.