O nadador Gabriel Geraldo Araújo conquistou a primeira medalha do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio. O mineiro, de apenas 19 anos, estreante no evento, ficou com a prata na final dos 100 metros costas da classe S2, a segunda com menor funcionalidade entre aquelas para deficientes físicos.

Na final, Gabriel, que tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas, saiu na frente dos rivais, tirando vantagem do seu nado submerso nos primeiros metros da prova. Sem ambos os braços e impulsionado pela golfinhada do corpo, ele chegou a virar os primeiros 50 metros na frente.


Na volta, acabou ultrapassado, pelo chileno Alberto Abarza, com quem disputou a vitória na metade final. O brasileiro terminou com o tempo de 2min02s47, pouco mais de dois segundos atrás de Abarza, que conquistou o ouro com 2min00s40. O bronze ficou com o russo Vladimir Danilenko, com 2min02s74.

Natural de Santa Luzia (MG), Gabriel deve ser um dos destaques do Brasil em Tóquio. No Parapan de Lima, em 2019, ele conquistou medalhas em cinco provas. Em Tóquio, ele ainda disputa os 200m livre e os 50m costas, que são as outras provas da classe S2 no programa dessa edição dos Jogos Paralímpicos.


"Ficou com gostinho de quero mais, mas eu dei meu máximo, me entreguei totalmente dentro da piscina. Tenho mais duas provas pela frente e vou me dedicar ao máximo pela medalha de ouro. A história do Gabriel Araújo só está começando", disse Gabrielzinho ao SporTV, depois da prova. O nadador, que defende o Clube Bom Pastor, de Juiz de Fora, dedicou a medalha ao avô, que o criou e faleceu na semana passada..