Cientistas identificaram uma nova versão da variante Gamma da Covid-19. Identificada inicialmente em Manaus, a cepa é a mais prevalente no país, e a nova versão é mais potente e possivelmente mais transmissível. O estudo que identificou a nova cepa foi divulgado na semana passada, pelo portal Medicina S/A. A pesquisa foi conduzida por pesquisadores do Genov, um dos principais projetos de vigilância genômica do Sars-CoV-2 da América Latina. As informações são de reportagem do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
A nova versão foi chamada de Gamma-plus. Conforme a reportagem, a mutação tem uma alteração genética, em que o vírus substituiu o aminoácido prolina por outro, a histidina, que condiciona a velocidade de infecção do vírus nas células humanas e está presente em outras variantes de preocupação, dentre elas a Delta.
“Essa mutação de prolina para histidina já havia sido vista em todas as variantes de preocupação, mas não era muito comum na Gamma. No entanto, temos visto um aumento em sua ocorrência nas amostras brasileiras”, explicou o coordenador do Genov, biólogo e virologista da Dasa, José Eduardo Levi, no comunicado sobre o achado.
O Metrópoles destaca que esse é o primeiro relatório do projeto científico Genov, vinculado à Dasa, uma das maiores redes particulares de diagnóstico do país. No trabalho, os pesquisadores analisaram 1.380 amostras do coronavírus em pessoas infectadas de todas as regiões do Brasil. As amostras foram coletadas entre maio e junho deste ano.
Entre as análises, em mais de 95% delas eram da linhagem Gamma e que, no meio dessas amostras, havia 11 da variante Gamma-plus. Dentre essas 11 amostras, cinco são do estado de Goiás, duas do Tocantins, uma do Mato Grosso, uma do Ceará, uma de Santa Catarina e uma do Paraná. Além dessas, foi encontrada no Rio de Janeiro uma outra mutação, a P681R, que no lugar da prolina apresentou a arginina, que também é típica da Delta.
“São chamadas Gamma-plus apenas aquelas que têm algo a mais no sentido de aumentar o seu perigo”, esclarece Levi. Para ele, mesmo que os dados sejam referentes a maio e junho, têm grande importância epidemiológica por ajudar a compreender o comportamento e evolução de novas variantes do coronavírus no Brasil.