A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial das vacinas de Oxford e do laboratório Sinovac (Coronavac) no Brasil. São as duas primeiras vacinas contra a Covid-19 com autorização para uso no País.

A aprovação, por maioria simples, foi confirmada após voto do diretor Alex Campos - o terceiro a votar - durante reunião neste domingo (17).

Conforme a Anvisa, a autorização começa a valer a partir do momento que o laboratório receber comunicado em ofício e houver publicação do resultado no portal da Agência.

Antes da votação da diretoria, foi favorável o parecer da diretora da Anvisa e relatora dos pedidos de uso emergencial, Meiruze Freitas, e a recomendação das três áreas técnicas que analisavam os pedidos da Fiocruz e do Instituto Butantan: gerência-geral de Medicamentos, área de certificação de Boas Práticas de Fabricação e área de Monitoramento de Eventos Adversos.

As duas vacinas tiveram pedido de uso emergencial feito no último dia 8 de dezembro, pelo laboratório Sinovac/Instituto Butantan (Coronavac) e pela Fiocruz (Astrazeneca/Universidade de Oxford)

reunião anvisa
Legenda: Reunião da Anvisa aconteceu neste domingo (17)
Foto: Divulgação

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Quando começa a vacinação

O Ministério da Saúde vem afirmando que, caso a Anvisa aprovasse o uso emergencial das vacinas hoje, a vacinação em todo o País começar na quarta-feira (20). O prefeito Sarto Nogueira já reforçou que esta é a data para início da imunização em Fortaleza.

O chefe do Executivo municipal disse ainda que a Secretaria de Saúde da Capital está com infraestrutura preparada para receber as doses do imunizante - que devem começar a ser distribuídas na segunda (18). A infraestrutura para a aplicação das vacinas foi organizada em parceria com o Governo do Estado. 

Os primeiros grupos a serem vacinados incluem profissionais da saúde, idosos com mais de 75 anos residentes em instituições de longas permanências e indígenas maiores de 18 anos.

Coronavac

Testes finais da Coronavac, imunizante produzido pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, no Brasil, mostram que a vacina chinesa tem 78% de eficácia em casos leves de Covid-19. Os dados foram apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e divulgados pelo Governo de São Paulo. A eficácia global da vacina nos testes realizados no Brasil é de 50,38%. O índice mostra a capacidade da vacina de proteger em todos os casos, sejam eles leves, moderados ou graves da Covid-19. 

A Coronavac é aposta do governador João Doria para São Paulo sair na frente na vacinação contra a Covid-19 no Brasil

Mas o Ministério da Saúde enviou um ofício ao Butantan solicitando a entrega imediata de 6 milhões de doses importadas Coronavac. O documento, assinado pelo diretor do Departamento de Logística em Saúde, Roberto Ferreira Dias foi endereçado, na última sexta-feira (15), ao diretor do instituto, Dimas Covas.

"Solicitamos os bons préstimos para disponibilizar a entrega imediata das 6 milhões de doses importadas e que foram objeto do pedido de autorização de uso emergencial perante a Anvisa", diz o pedido.

O Butantan respondeu ao ultimato afirmando que não teria como entregar as doses do imunizante ao Governo Federal porque não há um plano para distribui-las entre os estados.

Oxford

Já a vacina produzida por uma parceria entre a Universidade de Oxford (Reino Unido) e a farmacêutica AstraZeneca apresenta eficácia de até 90%. O dado tem base em resultados preliminares de testes de fase 3.

A vacina é parte de um impasse entre os governos brasileiro e indiano. O governo da Índia negou a entrega imediata de um lote de imunizantes da Oxford/AstraZeneca ao Brasil, o que frustrou uma operação montada para buscar o material na Índia ainda neste fim de semana e deve resultar numa derrota política para o Palácio do Planalto.

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